Ele fala, ela retruca. Ele pensa em pronunciar uma palavra, ela já o atropela. Os dois inconscientemente ou não, vivem numa competição interior. Ela o beija com a alma, ele se entrega devagar. Ele dá risada de tudo, e ela dificilmente sorri com os olhos. Um vive esperando o outro dar o braço a torcer. Esperando alguém largar o orgulho, levantar bandeira branca e dizer “está tudo bem, eu não vou estragar tudo dessa vez”. Mas estragam. Sem querer ou não. Uma palavrinha, uma atitude e pronto, acende-se a dinamite. Ela é intensa e ele contagia qualquer ambiente. Eles se enrolam, rolam, embolam e se atracam. Eles mesmos complicam o descomplicado. Não tem praticidade; não tem meio termo ou conversa. Ou estão muito de bem, ou estão pra morrer. Certamente, alguém tinha que dar trabalho nessa relação. Só não precisava ser os dois.
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