quarta-feira, 13 de março de 2013

Ando na garupa do sonho


Às vezes, convenço-me de tua presença quando olho para dentro de mim e vejo as rotas alteradas das flores nos canteiros que vão da alma ao coração. Ando na garupa do sonho, sentindo que podemos estar suspensos entre o nada e o que deixou de ser, fingindo que sou ventania, que sou poesia concreta nas mãos do agora. Quando abro os olhos é para ver os pássaros ao redor, é para sentir que estou menos só, menos estranha. Mas a grande verdade da cega é que o amor ainda é amor, ainda é palavra e alimento quando sangro menos, quando permito andar descalça nas nuvens sem charme que insistem em estar no meu céu.
Karla Bardanza

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