sábado, 22 de junho de 2013
PIRIGUETE, MEU AMOR.
Estou com inveja do erotismo do século XXI? Será que fui apenas barrado do baile?
Meus artigos mais amados não foram escritos por mim. A internet está cheia de textos com meu nome, que causam frisson entre mulheres mal amadas, homens que amam pouco e subliteratos. E pior, chegam encantados me elogiando e, quando digo, com maligno sorriso, que jamais escreveria aquelas bobagens, me olham com rancor e partem batendo os pés. Os meus “falsos” artigos são quase sempre sobre as mulheres e de como devem ser “bonitinhas, obedientes e gratas aos maridos”.
Pois aqui, serei apócrifo de mim mesmo. Vamos a isso.
É espantoso o exibicionismo sexual das brasileiras — desde as mais mocinhas, ingênuas crianças, até coroas ex-gostosas e atuais barangas. Todas de shortinho ou “saias abajur” (que só cobrem a “perseguida”), barriga nua, todas bundudas e sapatos plataforma de dez centímetros. O modelo da mulher de hoje são as mulheres mangabas, melancias e abóboras — bundas que as defendem como airbags.
As periguetes aumentaram a solidão dos pobres voyeurs brasileiros. Sem falar nas revistas que programam industrialmente nossa tesão.
Arnaldo Jabor -
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