Vem devagar. É de porcelana o meu chão. A vida tem-me feito andar na ponta dos pés, sempre ressabiada com o peso dos dias. Não grite, não force a porta. Atravessa as minhas paredes e senta-te ao meu lado em silêncio. Preciso que a tua presença me vista com toda sutileza que o teu amor for capaz. Depois, podes tirar as pantufas de lã e andares seguro pelas ruas pedregosas da minha rotina. Já será noite e todas as delicadezas ficarão por conta das estrelas.
Aíla Sampaio
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