domingo, 18 de fevereiro de 2018
Quais escolhas você tem feito para sua realidade...
Isso que você chama de realidade, fato, verdade, isso a que você se apega, este piso, estas paredes, este corpo, este medo... isto eu chamarei de ilusão. Já o velho Platão nos deu a chave. Isso tudo é criação sua. Principalmente o medo que você coloca em todas as coisas como um perfume. Porque você, alienado da vida na Matrix, vive criando gaiolas na mente para morar dentro. Pensa o limite e ele se materializa. Pensa o final infeliz e vive para evitá-lo e vive infeliz. Esta infelicidade não é maldade do universo, é criação sua. E gente infeliz, meu Deus, não faz gente feliz. Então me escuta. Isso que você chama de limite, esta cinta apertada cortando a carne, esta dor na qual você se apega e chama de realidade... isto eu chamarei de ilusão. Pode gritar, espernear, apontar culpados na multidão. O universo não tem nada a ver com isso. São escolhas suas. Você aperta este cinto todas as manhãs e busca o furo intolerável. E escolhe ser arauto da dor. E escolhe espalhar a dor porque ela, para os cronicamente doloridos, é o normal. E eu te desautorizo e arranco de você qualquer justificativa. A realidade é uma construção. O sólido se desmancha no ar todos os dias. Todos os dias pessoas se negam a serem infelizes e se tornam cúmplices da felicidade dos outros. Qualquer felicidade. Gente feliz faz gente feliz. Então isso que você chama de muro eu chamarei de porta. E atravessarei. E ainda que estiver de costas, você saberá.
Nanna de Castro
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