sexta-feira, 9 de agosto de 2024

O ÚLTIMO ADEUS



Quando eu partir, não quero que sofras mais do que a conta, fique em silêncio, sem dizer palavras e viva das memórias, que confortam a tua alma.

Quando eu adormecer, respeite meu sonho, por algum motivo eu adormeço; por algum motivo eu fui embora.

Se sentir minha ausência, não pronuncie nada e quase no ar, com passo muito fino, me encontre em minha casa, me encontre em meus livros, me encontre em minhas cartas, me encontre em minhas fotos e entre os papéis que escrevi apressado.

Veste as minhas camisas, a minha camisola, o meu casaco e podes usar todos os meus sapatos.

Empresto-te o meu quarto, a minha almofada, a minha cama e quando estiver frio, veste os meus cachecóis.

Você pode comer todo o chocolate e beber o vinho que eu deixei guardado.

Ouça aquele tema que eu gostava, use meu perfume e regue minhas plantas.

Se cobrirem meu corpo, não tenha medo de mim, corra para o espaço, liberte sua alma e chore o que este lhe indica, palpe a poesia, a música, o canto e deixe o vento brincar com seu rosto.

Beije bem a terra, beba toda a água e aprenda a língua viva dos pássaros.

Se você sentir muito a minha falta, disfarce o ato, me encontre nas crianças, no café, no rádio e no lugar onde eu me escondia.

Nunca pronuncies a palavra morte.

Às vezes é mais triste viver esquecido do que morrer mil vezes e ser lembrado.

Quando eu adormecer, leve-me flores para o meu túmulo, grite com a força de todo o seu entranho que o mundo está vivo e segue a sua marcha.

A chama acesa não vai se apagar pelo simples fato de que não está mais.

Homens que “vivem” nunca morrem, adormecem de vez em quando, de vez em quando e o sono infinito é apenas uma desculpa.

Quando eu partir, estenda sua mão e estará comigo selada em contato e mesmo que não me veja e mesmo que não me toque, saberá que para sempre estarei ao seu lado.

Então, um dia sorridente e vibrante, você saberá que eu voltei para não ir embora...

Autor desconhecido

Nenhum comentário:

Postar um comentário