Se não for por amor ou por vocação, que seja por pura teimosia ou um motivo bobo qualquer, mas permita-se ser pertencente (de verdade), dessa vida que é minha e sua.
Pinta o dia do seu jeito, com suas cores mais bonitas, derrama mais tinta no papel. Se distraia com as borboletas, com vaga-lumes clareando a noite, com girassóis acordando o dia.
Trata com zelo o que já tem a sua cara, a forma de suas mãos (não precisa ser nada "valioso"), pode ser uma flor emoldurada, um bilhete amarrotado, uma concha achada na areia no dia em que a maré baixou e seu peito era puro deserto, um graveto de ipê, uma saudade boa...
Só não se permita chegar ao final dessa estrada de bolsos vazios e coração empoeirado.
Eunice Ramos
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