sexta-feira, 13 de maio de 2011

Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.



Todo melado de emoções informuláveis, saudades impossíveis, tinha vontade de pedir que ficassem, que me colocassem no colo, na cama, que me dessem chá ou leite quente e repetissem que tudo ia ficar bem, que amanhã haveria sol... Ah, mas tudo bem. Em seguida todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outras com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.

Mas estou avisando que não dou mais um sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas, encontros transferidos.

[ CAIO FERNANDO ABREU ]

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