quarta-feira, 4 de maio de 2011
É preciso estar sempre embriagado. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude? A teu gosto mas embriaga-te.
Deve- se estar sempre bêbado.
É a única questão.
Afim de não se sentir o fardo horrível do tempo, que parte tuas espáduas e te dobra sobre a terra. É preciso te embriagares
sem trégua.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude?
A teu gosto mas embriaga-te.
E se alguma vez sobre os degraus de um palácio, sobre a verde relva de uma vala, na sombria solidão de teu quarto, tu te encontras com a embriaguez já minorada ou finda, peça ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo aquilo que gira, a tudo aquilo que voa, a tudo aquilo que canta, a tudo aquilo que fala, a tudo aquilo que geme. Pergunte que horas são.
E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, te responderão.
É hora de se embriagar !!!
Para não ser como os escravos martirizados do tempo, embriaga-te.
Embriaga-te sem cessar.
De vinho, de poesia ou de virtude. A teu gosto...
(Charles Baudelaire)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário