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sábado, 7 de maio de 2011
Mãe, é sol mesmo quando chove. Mãe é maciez pra minha alma quando a vida se faz áspera e quando não.
Mãe, é sol mesmo quando chove. É chuva, com direito a cheiro de terra molhada do quintal lá de casa, quando tudo fica árido. Silêncio capaz de amansar ruídos que eu não sei como fazer dormir.
Voz que me ajuda a acordar esperanças quando elas ficam com preguiça de levantar. Uma presença que sabe acender o meu ânimo quando o breu se esparrama. Primavera para o meu olhar, não importa qual seja a minha estação. Um perfume inigualável.
Ela e as coisas todas do mundo dela. Quando chega, traz lembranças minhas que apenas ela reflete e apenas eu consigo ver. Uma espécie de poema que o sentimento lê em voz alta somente para dentro.
Mãe é maciez pra minha alma quando a vida se faz áspera e quando não. Um lugar de conforto, onde eu posso ser.
Amor, quando as minhas folhas caem e quando floresço. A mesa sempre posta, até quando sinto fome apenas de lembrar quem sou.
Estou convencida de que ninguém me conhece melhor do que ela. Sente a emoção da vez, antes da minha voz. Sente quando omito alguma coisa, por mais sofisticados que sejam os meus disfarces.
Sente a atmosfera da minhas palavras, antes que eu consiga ou resolva dizê-las. Conhece mais variações de sorrisos, silêncios e olhares meus e suas respectivas mensagens do que suponho mostrar.
Ela não me conhece assim porque é versada em psicologia. Minha mãe é versada em mim, desde quando eu ainda nem era eu direito.
Mas a verdade é que mãe parece mesmo ter um olhar diferente. Capaz de ver coisas que quaisquer outros olhos do mundo não sabem enxergar. Nem os nossos.
Texto: Ana Jácomo
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