terça-feira, 16 de agosto de 2011
Se soubesses que a um gesto teu, um gesto apenas, era capaz de roubar todas as flores do mundo, invadir os oceanos, capturar todos os peixes, prender todos os pássaros e construir um jardim na tua varanda. Só, juro, para te ver sorrir.
"Se soubesses, amor, que quando me despes à noite não me deixas mais nua do que ando todos os dias, a todas as horas, desde que te conheci. Que trago o coração destapado, indefeso, e que por isso corro atrás de ti na estação de comboios, nas ruas da cidade, na sala da casa. Tu a fingires que foges de mim, o corpo a exagerar os gestos, quase em câmara lenta. E eu a rir. E nós a rirmo-nos. E os problemas todos de repente esquecidos, atirados para uma outra dimensão.
Como quando eu chego à cama, tu enrolado como um bebê, eu a deitar-me e tu a puxares-me para ti. A tua cabeça encostada à minha, os teus braços a prenderem-me, eu a medir a tua respiração e a desejar parar todos os relógios do mundo. Se soubesses que o teu corpo é a minha casa e que me pergunto todos os dias por que te amo e que todos os dias encontro mil razões diferentes. Que quando olho para os outros casais no metro, no comboio, no café, no centro comercial, no restaurante, em fotografias e em filmes sinto pena deles por não serem nem metade felizes do que aquilo que eu sou contigo.
Se soubesses que a um gesto teu, um gesto apenas, era capaz de roubar todas as flores do mundo, invadir os oceanos, capturar todos os peixes, prender todos os pássaros e construir um jardim na tua varanda. Só, juro, para te ver sorrir."
(Andréia, blogueira de Portugal)
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