Vida!
Tantas respostas
Tantas respostas prontas,
Tanta falta de resposta!
Tantas perguntas
Sempre as mesmas perguntas
Mania de perguntar
Mania de não viver
Tantas respostas já nas perguntas
Tantas respostas que entristecem
E matam, destroem a fantasia
Tantas perguntas engolidas e não ditas
Tantas respostas disfarçadas de verdade
Tantas mentiras!
Há uma imensa coragem para perguntar
Contudo, o medo parece sempre vencer
Tantas respostas perdidas no tempo
Que não mais chegarão aos ouvidos
Viraram pergaminhos apodrecidos
De um tempo completamente apagado
Tantos lábios receosos
Sedentos de uma pergunta
Uma pergunta só
Os olhos miram o chão
Porque já se acham
Mesmo escondendo,
Mostrando toda verdade
E toda mentira
As lágrimas derramadas às ocultas
E se falou de alegria
Tão perto, mas tão longe
Tão simples...tão complicadas
As respostas da vida
Muitas vezes duríssimas
Fazem perecer todo o tempo vivido
Na ilusão de um sonho
Que fez ninho em um só coração
Os segredos ocultos,
Os segredos revelados
O esconderijo
O sussurro ao vento, o uivo da alma
A respiração difícil
A porta em que não se quer bater
A luz que se evita acender
O animal que se evita soltar
A escada de que não se quer descer
O barco ancorado
As miragens passando e repassando
Brilhando e piscando
Enebriando
Não responda!
Não pergunte!
Não responda o que não perguntei!
Não evite falar!
Não procure falar!
Não diga pra si mesmo que já sabe!
Não acorde agora!
Não vá dormir agora!
Não desça do balão!
Tantos gritos no interior da alma
Tantas almas nos gritos perdidos
Quantidades, quantidades que incomodam
Tantos ecos abafados
Uma quase obsessão
A resposta sempre esteve ali
Bem ao lado
Obscurecida
Mas, é hora de acordar
Tantas respostas contraditórias
Tantas respostas
Nenhuma resposta
Nenhuma pergunta mais
Nenhuma
Morte?
(Jackson Angelo)
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