segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Carta De Natal

 
Diante do bolo iluminado, abraças, feliz, os entes amados que
chegaram de
longe... ouves a música festiva que passa, de leve, por
moldura de harmonia
às telas da natureza... Entretanto, quando penetrares o
templo da oração,
reverenciando o Mestre que dizes amar, mentaliza o estábulo
pobre.
Ignoramos de que estrela estaria chegando o Sublime
Renovador, mas
todos sabemos em que ponto da Terra começou ele o apostolado
divino.
Recorda as mãos fatigadas dos tratadores de animais, os dedos
calosos
dos homens do campo, o carinho das mulheres simples que lhe
ofertaram
as primeiras gotas do próprio leite e o sorriso ingênuo dos
meninos
descalços que lhe receberam do olhar a primeira nota de
esperança.
Lembra-te do Senhor, renunciando aos caminhos constelados de
luz para
acolher-se, junto dos corações humildes que o esperavam,
dentro da noite,
e desce também da própria alegria, para ajudar no vale dos
que padecem..
Contemplarás, de alma surpresa, a fila dos que se arrastam,
de olhos
enceguecidos pela garoa das lágrimas. Ladeando velhinhos que
tossem ao
desabrigo, há doentes e mutilados que suspiram pelo lençol de
refúgio na
terra seca. Surgem mães infelizes que te mostram filhinhos
nus e crianças
desajustadas para quem o pão farto nunca chegou.
Trabalhadores cansados falam do abandono e jovens subnutridos
se
referem ao consolo da morte...
Divide, porem, com eles o tesouro de teu conforto e de tua fé
e, nos
recintos de palha e sombra a que te acolhes, encontrarás o
Cristo no
coração, transfigurando-te a vida, ao mesmo tempo que, nos
escaninhos da
própria mente, escutarás, de novo, o cântico do Natal, como
de repetido
na pauta dos astro:
- Glória a Deus nas alturas e boa vontade para com os
homens!...
 

(Desconheço Autoria)

Nenhum comentário:

Postar um comentário