terça-feira, 22 de abril de 2014
Por isso, desisti.
"Dei um suspiro fundo. Um suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro imenso, profundo, intenso. Um suspiro que a gente só dá quando lembra de alguém que foi importante na nossa vida. Você já deve ter tido um amor assim (por favor, diz que sim!). Aquele amor que te agita, vira do avesso, grita. Aquele amor que te deixa louca, viva, boba. Aquele amor que faz você se sentir especial, nova, única. Aquele amor que faz você ver a vida de outra maneira. A gente tem a mania de achar que não consegue ser feliz sozinha. E que precisa do outro para viver, respirar, crescer. Pequenas, ouvimos Cinderela, Rapunzel, Bela Adormecida. Crescidas, esperamos bilhetes, florzinhas, carinhos. Erradas, queremos uma pessoa perfeita. Acho que a perfeição está na nossa forma de olhar as coisas. E que realmente é bem melhor ser feliz acompanhada: existe algo mais gostoso que dividir uma felicidade? Eu gostava tanto de você. Do seu jeito de falar manso. Da maneira como as palavras que saíam da sua boca dançavam alucinadas no meu ouvido. Da forma como as suas mãos sempre quentes tocavam o meu corpo. Do seu olhar que me arrepiava por dentro e por fora. E que fazia com que eu me sentisse a pessoa mais especial do universo inteirinho. Era isso: você fazia com que eu me sentisse diferente de todas as outras. Uma mulher quer se sentir desejada todos os dias. Com letras ou ações. Com olhares ou manifestações. De qualquer jeito, a qualquer hora, em qualquer lugar. Você conseguia isso de todas as formas possíveis. E com você eu aprendi a me amar, me olhar, me proteger. Fiz tudo que podia para ficar com você. Fui até onde meu coração deixou. Até onde suportei. Até onde consegui resistir. Mas não consegui. Qualquer tipo de sentimento, para viver e se fortalecer, precisa de cuidado e atenção. E eu não podia fazer por mim e por você. Por isso, desisti. Afoguei o quase amor que tinha por você e decidi seguir em frente. Dei um suspiro fundo. Um suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro diferente, sem mágoa, coerente. Ai, que saudade daquela pessoa sem medo, que se entregava sem pensar em nada, que tinha a ingenuidade no coração e no olhar. Ai, que saudade de mim."
- Clarissa Corrêa.
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Relato de um realismo puro e duro e de muita personalidade...
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