"Guardei meus sorrisos sarcásticos para todas aquelas perguntas tortas e tolas. Guardei meus silêncios oceânicos para todos os elogios duvidosos. Guardei meus olhares para todas as cenas cinematográficas do dia-a-dia. Guardei meus dedos massageadores para pés e costas pedintes. Guardei meu desprendimento para todas as paixões pausadas aos léu. Guardei meus preconceitos para todos os preconceituosos. Guardei minhas respostas polêmicas para o lugar das respostas censuradas. Guardei meus braços e abraços para todos os corpos frios necessitados de calor. Guardei minha mente pecaminosa para todos os gestos santos dos domingos. Guardei minhas mentiras para todos os hipócritas persuasivos. Guardei meu corpo para todos os copos. Guardei-me em armários abertos. Sem cadeados. Entre os julgados. Entre os humilhados. Sem fuga. Sem culpa. Sem medo de amar além da alma. Sem receio de perder a calma. Sem receio de pecar na cama. Amando a vida. E tendo a certeza de que ela também me ama."
Hugo Rodrigues
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