sexta-feira, 9 de julho de 2010

Quando o amor acenar

Quando o amor acenar, siga-o
ainda que por caminhos ásperos e íngremes.



E quando suas asas o envolverem, renda-se a ele
ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.

Pois, se o amor coroa, ele também o crucifica.



E quando ele falar a você, acredite no que ele diz
ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos,
assim como o vento norte devasta o jardim.

Se o ajuda a crescer, também o diminui.




Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais tenros que tremem ao sol,
também o faz descer às raízes e abala sua ligação com a terra.

Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.
Debulha-o até deixá-lo nu.

Transforma-o, livrando-o de sua palha.
Tritura-o, até torná-lo branco.

Amassa-o, até deixá-lo macio e, então, submeta-o ao fogo para que
se transforme em pão no banquete sagrado de Deus.



Todas essas coisas pode o amor fazer para que você conheça
os segredos de seu coração e, com esse conhecimento,
se torne um fragmento do coração da vida.


Khalil Gibran

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