Donzela e o leão...Para que eu viva, onde está a donzela?

"Era uma vez, há muito tempo atrás, um imperador muito poderoso. Ele possuía
o mais vasto domínio de sua época. Era conhecido por sua inteligência e pela
dureza de seus atos. Como soberano de um grande império tinha sob seu
comando um numeroso e temível exército. Nunca perdera uma só batalha. E para
liderar seu vitorioso exército ele contava com valorosos e fiéis generais.
Sempre se reunia com ele para tomar decisões pertinentes a conquistas e
manutenção de territórios. Dentre os generais havia um que era mais próximo,
de maior confiança. Aquele ao qual dividia suas maiores preocupações e
temores e de onde vinha segurança e apoio. Como todos os governantes da
antiguidade possuía um vasto harém com as mais belas mulheres de sua terra
ou dos territórios conquistados. Dizem que era maior do que o de Salomão
(segundo a Bíblia, Salomão tinha entre mulheres e concubinas, um total de
mil). Mesmo diante de tantas mulheres havia uma por quem o imperador
realmente sentia algo especial. Uma que mexia com seu coração.

por obra do acaso ou do destino como melhor lhe aprouver, o general braço
direito e a preferida do imperador se apaixonaram. Num dos encontros à
escondida do casal, num rompante de paixão resolveram fugir para viver o
amor proibido. E partiram.

Quando o imperador tomou conhecimento do ocorrido, possesso, ordenou que um
grupo de sua guarda pessoal fosse à captura do casal. Custasse o que
custasse, demorasse o que demorasse os dois deveriam ser conduzidos com vida
à presença do soberano.

Passado algum tempo os dois são trazidos de volta. Frente a frente o
imperador diz que, embora fosse o esperado não mataria de imediato os dois.
Iria dar uma chance a eles. Com isso iria poder divertir o povo ao mesmo
tempo em que demonstrava sua benevolência.

Convocou o povo para ir ao coliseu onde faria prova ao casal. Mandou soltar
o general no meio da arena e disse a todos que estava demonstrando sua
misericórdia dando uma chance aos que haviam traído sua confiança. Em
seguida explicou que para sair dali o general teria que optar por uma das
duas portas da arena.

Uma à direita, outra à esquerda. Atrás de uma delas havia uma linda donzela
que além da beleza era possuidora de várias virtudes. Uma mulher
encantadora. Se a porta escolhida escondesse a donzela ele seria perdoado e
ela lhe seria dada por esposa. Além disso ele receberia dinheiro e terras
para formar sua família.

A outra porta ocultava um feroz e faminto leão. Caso a escolha recaísse
sobre essa porta ele fatalmente seria devorado pela fera. Completou ainda o
imperador que, fora ele, a única pessoa ali naquele lugar que sabia onde
estava a mulher e onde estava a donzela era a mulher com quem ele fugira. E
ele poderia consultá-la. O general pensa por um breve tempo, se aproxima da
mulher e pergunta:

- Para que eu viva, onde está a donzela?


A mulher por sua vez, também reflete sobre toda a situação e então lhe
responde:

- A donzela está à porta direita.

Ele então caminha e abre a porta à direita. O que ele encontra? O Leão ou a
donzela?"

Antes de continuar a ler o artigo tenha uma resposta para você. O que havia
atrás da porta direita?

Esta fábula nos leva a refletir sobre nossa conduta frente ao que é novo.
Como, normalmente encaramos as mudanças. Na verdade, não existe uma resposta
certa ou errada. As pessoas que acreditam que atrás daquela porta se
encontra o leão, ou seja, aquela mulher prefere ver o homem amado morto do
que com outra, são aquelas que normalmente, frente a mudança, frente a fatos
ou desafios novos tomam uma atitude defensiva.

São aqueles que tendem a ficar "com um pé atrás". Na maioria das vezes têm
foco nas ameaças. São pessoas que procuram se proteger, nisso não há
qualquer problema, porém o fazem em demasia. São aqueles que quebram menos a
cara, mas também aproveitam menos da plenitude e oportunidades que a vida
nos oferece.

Em contrapartida, aqueles que acreditam que a mulher será revelada após a
abertura da porta, são pessoas que normalmente se entregam de cabeça ao que
fazem. Não inconseqüentemente. Elas também têm medo, mas têm foco nas
oportunidades.

Pessoas que são mais entusiastas e otimistas. Que quebram mais a cara porque
arriscam mais, contudo aproveitam mais da plenitude e oportunidades que a
vida nos reserva.

Tudo que é novo, toda a mudança tem dois aspectos: oportunidades e ameaças.
Todas sem exceção. Porém qual o seu foco. Cada mudança é uma porta e atrás
de cada porta existem leões e donzelas. Qual dos dois você normalmente
acredita estar além da porta? Tudo é uma questão de atitude.

Reflita o tipo de atitude básica que você tem em relação à vida e às
pessoas. Analise se não é hora de termos outra atitude frente às
oportunidades que temos. Arriscar, fazer acontecer. Mais uma vez digo, não é
ser inconseqüente.

Proteja-se, mas não o faça a ponto de perder chances preciosas. Seja dono de
seu destino. Acredite: você pode muito mais. Há uma donzela (ou para as
leitoras um virtuoso cavalheiro) atrás das portas que abrimos vida afora.
Não espere. Faça melhorar! Sucesso!