quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Se corações fossem pedras, você ainda caminharia pelo mundo da forma que caminha?
Se corações fossem pedras, você ainda caminharia pelo mundo da forma que caminha?
Ou seria cauteloso ao ponto de perceber que corações são frágeis de mais para que possamos pisar em cima deles?
Se o sangue fosse a lágrima que parte do seu rosto que pacificam suas solidões?
Você ainda choraria por uma vida, e teria hemorragia, ou seria capaz de viver feliz, para que a felicidade não entre em encontro com seus olhos ensangüentados?
Se por acaso, seu oficio seria uma série de caos, e seu caos fosse uma aberração intima de você mesmo, o que faria?
Seria uma aberração particular, ou seria doido o suficiente para que a presunção do tempo faça de você um escravo do destino?
Se olhares fossem armas de fogo, você ainda olharia as pessoas no fundo dos olhos?
Se sorrisos fossem faces tristes?
Você ainda seria capaz de se entristecer mesmo sendo feliz?
Se o mundo fosse um simples grão de areia?
Você ainda correria como quem caminha na areia movediça?
Entre perguntas relacionadas, unidas por respostas, são vistas duvidas, e improváveis sentenças que confortam os pensamentos mais calados, que era de se esperado que gritasse.
Ao caminhar, percebo que coisas, são opostas, acho que por isso que pode ser que seja valida aquela antiga lei da física, os opostos se atraem, vejo corpos que caem re-viver, e vivos querendo cair.
O céu escurece no meio da tarde, e a noite clareia no meio da madrugada.
As piadas se tornam sem graça, as coisas sem graça se tornam engraçadas.
Se as musicas te incomodassem, a seus ouvidos explodissem quando você ouvisse falar em cantos líricos, quem sabe os anjos apartariam seus pensamentos, e seus sonhos não significariam nada além de pensamentos, e corridas em vão.
Walace Miguel
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