“Nunca fui de me apegar. Nunca tive uma caneca predileta, um
travesseiro com um cheiro só meu, ou uma coberta que me fizesse dormir como um
criança. Nunca tive uma roupa que eu não tirasse do corpo, uma boneca que eu
amava, ou um urso com que me fizesse dormir abraçada — aliás, na maioria das
vezes eles acabavam embaixo da cama —. Nunca me apeguei à pessoas, nem abraços,
nem cheiros, nem comidas, nem à nada. Mas com você foi diferente. Só contigo eu
consigo dormir abraçada sem me sentir sufocada. Só o teu cheiro eu sei
reconhecer de longe, só o teu sorriso me faz sorrir também. Só a tua voz
desmonta minha armadura inteira, só pra você eu consigo me entregar. Toda aquela
falta de apreço, apego pelas coisas, apareceu contigo. Você é meu vício, minha
necessidade, minha pessoa preferida, meu ursinho de dormir. Sabe, eu acho, quem
sabe, que você seja o meu amor. Só você me faz bem.”
— Eduarda Cadaval
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