sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sou ...


Sou a marca da xícara de café na mesa da cozinha, sou a folha seca dentro do livro velho, sou a foto em preto e branco perdida no meio de um álbum com fotos dos mais lindos jardins, sou a taça quebrada na cristaleira com todos os outros cristais intactos. Sou o esquisito, o do cabelo bagunçado e do fone de ouvido. Sou o estranho que poderia dormir o dia inteiro sem problema algum. Sou a poesia que transborda amargura, sou o livro de contos românticos sem finais felizes. Sou o adaptado. Sou o pessimista, mas sou o otimista. Sou tudo, mas também sou nada. Sou na verdade, uma metamorfose ambulante.
 — Arthur Macedo

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