Frágil, sim, sou frágil, sempre fui extremamente frágil.
E pensei que essa fragilidade era uma característica
particular que me tornava único e diferente de todos
os homens. Era um ser anômalo, pensava, e daí o meu
sentimento de inferioridade em relação aos outros,
que não o eram, uma vez que encarnavam a norma que
eu nunca conseguiria instituir em mim. Só mais tarde,
descobri que a anomalia era a norma inerente à
condição de todos os homens, sujeitos à contingência,
à adversidade, à incerteza radical e à finitude
irremediável. Compreendi então que cada homem é
um mundo de mundos...
António Ramos Rosa,
in A composição dos mundos - Prosas seguidas de diálogos
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