sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Pegue essas palavras e as quebre no meio, e que essas metades sejam divididas, e que as outras metades sejam divididas, e divididas, e divididas, até chegarem ao pó.
Se em algum instante vierem na sua cabeça palavras ruins para serem ditas a alguém que você ama, ou alguém que você goste, seja um vizinho, um atendente de lanchonete, ou aquele moço que passou na sua frente no sinal. Pegue essas palavras e as quebre no meio, e que essas metades sejam divididas, e que as outras metades sejam divididas, e divididas, e divididas, até chegarem ao pó. Ao levarem essas palavras em pó a alguém, que você as leve sobre suas mãos, e que as suas mãos estejam abertas para que a ação de uma simples brisa possa levá-lo pra longe. Que ao chegar lá não tenha restado mais nada, apenas uma vaga lembrança. E que aquela mão agora livre de toda bactéria possa agora tocar, acariciar, enxugar lágrimas. Que essa mão possa servir como indicação para um lugar melhor, ou que ela possa passear sobre letras de um livro servindo-nos de guia. Que essa mão se multiplique, que vire um oceano para que possamos nos afundar.
Mailson A. Moreira
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