sábado, 23 de outubro de 2010
Vocês também acham que os opostos se atraem? Salve-se quem puder....
Dizem que o mundo se divide entre aqueles que mandam e aqueles que obedecem.
Logo imaginamos patrões e empregados, adultos e crianças,
professores e alunos, em que a hierarquia dita as regras.
Mas no dia-a-diade um casal, quem detém o comando?
Errou quem respondeu o homem, por ser o chefe da casa.
ou a mulher, Por ser a administradora do lar.
Esta é uma questão que não se segmenta Por sexo ne situação financeira.
Manda o ancioso.
Obedece o desligado.
E salve-se quem puder.
Dificilmente um casal é formado por dois maníacos, ou dois tranqüilões.
todos sabem: os opostos se atraem e, não contentes,
sobem ao altar, Assinando um contrato para viver o resto da vida as turras.
Se souberem se divertir com isso, o casamento está salvo.
O tranqüilo, ou a tranqüila, sempre esquece de fechar a janela antes de deitar.
Chega com 10 minutos de atraso na festa do colégio do filho.
Fica sem gasolina no meio da rua.
Bate a porta de casa com a chave dentro.
Deixa a geladeira aberta.
O mundo vai acabar por causa disso?
Depende com quem se dorme à noite.
Se o conjugue faz o estilo sargento, danou-se.
O sargento da casa é o retrato da perfeição.
Faz a revista completa dos aposentos antes de dormir: janelas Torneiras,
tudo tem que estar bem fechado. Pontualidade? Nenhuma: chega
sempre 10 minutos antes.
Jamais deixa o combustível do tanque encostar na reserva.
Até aí, contemporiza-se. As pequenas divergências só ganham
ares de drama quando atingem o lado frágil do casal: o bolso.
O tranqüilo sempre esquece de devolver a fita de vídeo.
Paga as contas com dias de atraso: prefere multas a fila de banco.
O tranqüilo desconhece canhoto de cheque, nem desconfia Pra que serve.
Pergunta pro tranqüilo quando é o vencimento do seu cartão De crédito.
Pergunta.
A mulher do tranqüilo, ou o marido da tranqüila, descabela-se.
Um economiza, o outro desperdiça. Um faz, o outro desfaz.
Advogados, fiquem foram disso. Os opostos se atraem, lembram?
O ancioso manda, o viajandão obedece, e à noite, embaixo Dos lençóis,
é um chamego só. Que casamento não tem esse tempero?
O ancioso jura que se o viajandão fosse mais ligado, ele relaxava.
O viajandão jura que se o ancioso não controlasse tudo, ele tomava As rédeas.
Um não acredita no outro, e ambos dormem em paz.
(Parte da crônica Sargentos e Soldados, Martha Medeiros)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário