segunda-feira, 27 de junho de 2011
Ainda resta um resquício...? Vês? Ainda trago de ti todos os resquícios...
Ainda resta um resquício...vês?
Uma esperança inesperada
Surge na luz do dia que floresce,
Como florescia a luz no teu olhar...
E essa manhã me desperta a saudade,
Numa carícia que me envolve
E à qual me entrego sem qualquer hesitação...
A voz de uma lembrança querida,
Sussurra-me o teu nome,
E acaricio-te na foto amarelada
Enquanto o coração sorri por instantes
Afagado pelos presentes
Que a memória lhe oferece...
Ainda permanece a esperança...olha!
Ouve meus passos
Ecoando em todos os meus caminhos
Que te buscam!
Vê como repousa
O beijo que de ti guardo, latente
Na doce reverberação
De uma promessa eterna de amor...
Ainda há felicidade na espera...vem!
Deixa que os meus sorrisos
Reconheçam-se em teus lábios...
Sente a vida no amor que guardo
Neste coração que sempre te pertenceu
Antes mesmo que de ti soubesse...
Ainda trago no olhar o brilho do teu olhar...vem!
Ilumina o meu caminho com a chama dessa paixão!
Traze de volta teus olhares para os meus,
Porque neles descubro
Todos os reflexos de minha alma...
Reacende em mim a centelha do sonho,
E habita-me como se fosse eu o abrigo,
Onde te esperam os doces vestígios
De um amor que permanece
Para além do tempo e de todas as palavras.
Vem! Retoma a vida do ponto onde paramos,
Diz-me sussurrando que ainda nos amamos,
Vem caminhar comigo nossa antiga caminhada!
Faze alvorecer nossos antigos sonhos,
E segue comigo para além do limite do infinito...
Ainda trago na alma as recordações queridas...
Vês? Trago centelhas de doces fragmentos,
Pedaços de lembranças de mágicos momentos,
Resumos do esplendor que foram nossa vidas...
Transito na fronteira do improvável
Para revelar-me em teu sonhar...
Ainda trago na alma doces cicatrizes...vês?
Tristes marcas de antigas alegrias,
E o contentamento por saber
Que simplesmente existes...
Há um acalanto fluindo...ouve!
Um último convite
Que nos faz a carruagem do destino,
Antes de desaparecer nas brumas do futuro...
Em mim há ainda um frêmito que pulsa em meu peito,
Um tremor, sempre que teu nome me vem ao pensamento...
E no acalanto que flui há um suave tormento
Por viver sem ti, entre a vida e a eternidade,
Por caminhar assim, à beira de precipícios,
Tentando conviver com a saudade...
Vês? Ainda trago de ti todos os resquícios...
Fernanda Guimarães
&
J.B Xavier
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