segunda-feira, 13 de junho de 2011
Dou-me todo...Mas, se por acaso me enganam e tentam me explorar; se me mordem, eu reajo feito a salamandra de pele áspera. Viro veneno.
Sou poeta, sou macio, sou redondo e pequenino.
Sou criança, inocente.
Tenho a pele delicada, sou feito para o beijo e a ternura.
Para o afago e a carícia.
Se me envolvem com verdades e doçura,
com poesia e com romance,
eu me deixo conduzir alegremente.
Dou a minha mão com a mesma facilidade com que dou a minha alma.
Dou-me todo, viro anjo sensual.
Mas, se por acaso me enganam e tentam me explorar;
se me mordem, eu reajo feito a salamandra de pele áspera.
Viro veneno.
Se me oprimem e me engolem por maldade,
produzo toxina fulminante.
E como sou grande por dentro,
eu me salvo de quem me prende,
e saio de novo para a Vida,
louco e livre, como sempre.
E volto a ser gostoso, bem macio, poeta, doce, pequenino
– e pronto outra vez para o beijo e a lambida,
para o afago e a ternura.
Edson Marques
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