segunda-feira, 7 de setembro de 2009


Independência ou vida?
O que comemorar no dia 7 de Setembro

Por Roberta Amorelli

Na célebre frase promulgada por D. Pedro neste dia 7 de Setembro há muitos anos, “Independência ou Morte”, plantava-se a semente para um país justo, sem discriminações, sem defesas de interesses pessoais e sim com a busca da defesa dos interesses comuns; se plantava a fé no futuro, a esperança da liberdade e igualdade.

Enfim, hoje, passados tantos anos, a utopia da frase promulgada se faz presente, ainda estamos na amargura da Independência com morte – nos becos, nas favelas, nas avenidas de nossas cidades.


Morte das crianças que não têm o que comer, não têm a saúde pública para protegê-los.

Morte da educação, que se enterra na fachada de discursos que dizem, falam, mas não fazem nada prático por ela.

Morte da cultura, que sobrevive apenas pelos heróis dos becos, heróis das vielas e das rodas de amigos, transmissores da cultura que veio pela boca de nossos antepassados, pela importação dos imigrantes, pelo heroísmo de nossos mártires culturais.

Morte contínua de nossos índios, de nossas mães e pais inocentes, de nossos vizinhos, de nossos amigos.

Morte na discriminação diária das raças e deficiências físicas ou mentais, uma pena que aqueles que praticam tais discriminações não percebem que a morte está em suas próprias deficiências, do pensamento injusto pelas desigualdades da liberdade.

Morte Vida Severina, morte de sonhos e dos contos de nossas fadas.

Morte na escravidão que continua a nos rodear, pois ficamos cegos para não vê-la, queremos esconder isso no quintal de nossa rua, de nosso bairro e de nossa cidade.

Mas, ainda assim, nossos jovens sonham alto, pois são os mais confiantes no futuro, são as sementes reais e visíveis do amor à liberdade, da confiança no amanhã, da superação das barreiras sociais.

A lição que esta juventude nos transmite transformará a morte que tanto referenciei nesse artigo em vida plena de esperança, confiança na independência que deve ser gritada de novo, não mais às margens do riacho do Ipiranga, porque ele já não mais existe, soterrado, poluído e esquecido como tantas coisas que nesse País se passaram (CPI’s, Processos e Heróis), será gritada em todos os cantos do País, em cada pessoa.

Mas agora este grito não poderá ser apenas de um homem, deve ser uníssono, de todo povo, com estridente força de transformação, como nas diretas já. Um grito como o Dia do Fico.

Ficamos mais fortes quando juntos gritarmos nossa independência, mas alteraremos a frase original incluindo uma segunda palavra – vida.

Portanto, meus amigos, hoje é dia de “Independência ou Vida”, é dia de mudar a história e transformar os próximos anos nos melhores anos de nossas vidas, pois assim as próximas gerações terão dias melhores ainda, livres, especiais, assim como hoje o é, o primeiro de muitos dias independentes e viventes.



Fonte: Diário da Manhã

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