sábado, 2 de abril de 2011

Perdôo, mas não esqueço?. Na verdade, quem diz isto não perdoa, porque guarda rancor. Perdoar é esquecer?



Frequentemente, ouvimos falar:
“Perdoo, mas não esqueço”.
Na verdade, quem diz isto não perdoa, porque guarda rancor. Por isso é dito que não se perdoa de verdade quando, no fundo, não se está disposto a esquecer. Perdoar é esquecer? Ambos produzem o mesmo efeito? Trata-se de uma questão de grande importância, já que o perdão é essencial para uma vida feliz e equilibrada:
“Aquele que é incapaz de perdoar é incapaz de amar” (Martin Luther King).

Parece-me que é preciso diferenciar “esquecer”, quando significa ressentimento, e esquecer como “desaparecer da memória”. Vou me referir ao primeiro sentido: é preciso esquecer,
“não regateie o perdão: é impossível caminhar com tantas feridas abertas... perdoe todas as velhas feridas e as cicatrize com resinas de amor” (Zenaida Bacardí de Argamasilla).
É não querer mal, não há outro caminho.
“Perdão é uma palavra que não é nada, mas que carrega sementes de milagres” (Alejandro Casona),
sementes semeadas em nossos corações pelo próprio Jesus, que se alimentam até mesmo das ofensas: cada ofensa recebida é uma oportunidade de melhorar nossa capacidade de perdoar, pois, em vez de causar ressentimentos, é estímulo para essa coisa divina chamada perdão.

O paraíso está do outro lado da porta, mas muitos perderam a chave que se chama misericórdia... Todos nós precisamos de amor, de atenção, assim como de poder dar nosso amor aos outros. Por isso, sempre se deve pedir perdão: pelas ocasiões perdidas, pela plenitude não vivida no convívio, pelas palavras não ditas.
O perdão é o melhor, não apenas individualmente, mas também para cada sociedade e para o mundo em geral:
“À espiral da violência somente arrefece o milagre do perdão” (João Paulo II).
De certa forma, todos somos corresponsáveis pelas ações e omissões de cada um, e é a gotinha de cada dia que cria a revolução do amor:
“O melhor que podes dar ao teu inimigo é o perdão; a um adversário, tolerância; a um filho, bom exemplo; ao teu pai, deferência; a tua mãe, uma conduta da qual ela sinta orgulho; a ti mesmo, respeito; a todos os homens, caridade” (John Balfour).

Quando alguém é perdoado transforma-se em uma pessoa diferente, ainda que demore a reagir:
“Nada encoraja tanto o pecador como o perdão” (William Shakespeare).
Isso ocorre porque se sente querido, e muito valorizado, porque as pessoas sempre estão acima dos seus erros (Jutta Burggraf).
E, quando cresce a consciência do seu valor, comporta-se melhor. Por outro lado, cresce também quem perdoa, pois
“nada nos assemelha tanto a Deus como estarmos sempre dispostos a perdoar” (São João Crisóstomo)”.


Fonte: Almas

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