quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um choro de palavras líquidas é o que resta... Sem barulho


"Meu travesseiro acordou molhado...Não era a chuva, eram as minhas despedidas dos "sentimentos antigos, já confortáveis"...Viver tem dias muito nublados quando a simples existência nos dói nos ossos. É como mergulhar num mar que não dá pé quando nem se sabe nadar... Não julgo, não culpo o mundo, antes trago a responsabilidade pra mim e digo: " o preço de uma alegria explodida no peito, é essa angústia sem um réu..."
Se não fosse a palavra, eu me contorceria inteira em cólicas existenciais...E quando acho que já foi o bastante, a vida chega aos borbotões e me diz que há mais...
Acordei sem uma menina dentro de mim. Antes ela tivesse me acordado com o choro mais sentido do mundo pedindo cuidado, atenção...Eu veria a ferida e faria um curativo. Ou tiraria o band-aid e usaria o bisturi...Mas é tão maior e tão silencioso! Às vezes não sei se aguento, às vezes acho que sim. Senão, o aprendizado seria só esse sufoco.
Eu preciso de ar puro...e de uma mirada sincera pro horizonte amplo mesmo que tudo fique embaçado pelas lágrimas que eu não escolhi, mas que me aconteceram.Você sabe do que falo.
E se eu me entregasse ao vôo? Mas sou flor, arraigada ao solo.
Preciso das suas asas.De você.
Me empresta uma mudança brusca? Tenho urgência!
Um choro de palavras líquidas é o que resta... Sem barulho."

Marla de Queiroz

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