quinta-feira, 22 de maio de 2014

Somos hoje um arquivo de palavras, Das lembranças virtuais eternizadas,


Das imagens altamente definidas,
Dos Ipodes que hoje guardam sua vida,
Segue o mundo se perdendo nas esquinas,
Do progresso e da tecnologia.
As pessoas já não param pra escutar,
Não há tempo e o ouvido hoje é lugar
Desses fones que ocupam nossa mente,
Distraindo sem nunca acrescentar.
Nesses tempos onde tudo é indefinido,
Onde a arte pode ser um borrão lindo,
Somos parte de um quadro em movimento,
Que ao vê-lo não nos reconheceríamos.
Dos Nicks que se criam a toneladas,
Somos fotos meramente ilustradas,
Que retratam a verdade do que somos,
Quando somos a mentira encarnada.
Mas nem tudo nesse mundo é só lamento,
Restam ainda os pequenos fragmentos,
Que unidos nos revelam as verdades,
Que se encontram na beleza dos momentos.
Somos hoje um arquivo de palavras,
Das lembranças virtuais eternizadas,
Que uniram as pessoas de tal forma,
As fazendo se sentirem separadas.
Numa era onde a regra é não ter regra,
Numa terra onde o bem já não prospera,
Somos frutos de uma arvore que se seca,
A espera de uma eterna primavera.

[Luna Emílio Faustino

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