sábado, 4 de junho de 2011

Procura-se uma alma de criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos atrás...


Procura-se uma alma de criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos atrás...
Ela pulava, ria e ficava feliz com seus brinquedos velhos...
Exultava quando ganhava brinquedos novos,
dando vida a latinhas, barbantes, tampinhas de
refrigerantes, bonecas, soldadinhos de chumbo e figurinhas...
Batia palmas quando ia ao circo, quando ouvia músicas de roda,
quando seus pais compravam sorvete: "chikabon, tombon, eskibon"...
tudo danado de bom!

Ela se emocionava ao ouvir histórias contadas pela mãe ou
quando lia aqueles livrinhos de pano que a madrinha lhe
dava quando ia visitá-la...
Chorava quando arranhavam seus brinquedos
como aquele aparelho de chá cheio de xícaras
com que servia as bonecas ou os carrinhos
de guindaste, tratores e furgões.
Fazia beiço quando a professora a colocava de castigo,
mas era feliz com seus amigos, sua pureza, sua inocência,
sua esperança, sua enorme vontade de ser uma grande
figura humana, que não somente sonhasse,
mas que realizasse coisas importantes em um futuro que
lhe parecia ainda tão longínquo.

Onde ela está? Para que lado ela foi?
Quem a ver, que venha me falar...
ainda é tempo de fazer com que ela reviva,
retomando um pouco da alegria de minha infância e
deixando a alma dar gargalhadas, pois, afinal,
"ainda que as uvas se transformem em passas,
o coração é sempre uma criança disposta a pular corda".

Para não deixar morrer a criança que todos temos dentro de nós
deixe-a sair, brincar e sonhar.
Maria Eugenia

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