sexta-feira, 1 de julho de 2011

DESEJO...que a vida esteja cada vez mais perto da poesia, até que vida e poesia sejam, por fim, inseparáveis. Amém.



Que a vida continue me causando espanto, medo, surpresa e prazer.
Que meu coração continue pulsando descontrolado dentro de mim, porque nunca foi minha pretensão sentir calada.
Que o injusto continue me indignando, e que a indignação continue me movendo em busca daquilo que acredito ser certo.
Que o meu olhar se mantenha aceso.
Que eu continue tendo efêmeras vontades de desistir, porque sou humana, mas que a fé me mova sempre até o fim.
Que o caminho árduo nunca me faça ser tentada pelos falsos atalhos.
Que o pó não se acumule nem na estante, nem no corpo e nem na alma.
Que, de um jeito ou de outro, a gente consiga viajar: no mapa, nos livros, nos sonhos ou no amor, que é o maior de todos os sonhos.
Que acaso e destino jamais se confundam, e que a gente continue com o dom bonito de acreditar que nossa história está escrita em algum canto do céu, nas estrelas.
Que sonhar não se torne, em hipótese alguma, tolice. E o melhor: que nenhum sonho jamais seja proibido.
Que os planos saiam do papel e nos surpreendam por serem ainda mais bonitos do que pareciam ser quando ocupavam espaço apenas dentro de nós.
Que a falta de tempo nunca nos impeça de embrulhar os presentes com papel celofane ou fita de cetim, e muito menos de escrever um cartão.
Que os papéis de carta saiam da gaveta e ganhem letras, redondas ou tortas, que façam sentido quando combinadas com o coração.
Que o rosto da pessoa amada se torne miragem, não pela beleza do seu contorno, mas pelo quão verdadeiro é aquilo que a preenche.
Que o encontro nunca deixe de ser a opção mais viável.
Que o maior confronto nunca deixe de ser o olho no olho.
Que o amor seja finalmente eleito como o caminho mais curto para a real felicidade.
Que fazer pedido a uma estrela não seja rotulado como algo cafona.
Que a gente goste daquilo que vê no espelho, e que não nos permitamos, em momento algum, tornarmo-nos escravos daquilo que gostaríamos de ver nesse espelho.
Que os dias cinzentos sejam transformados em primavera.
Que os risos, cada vez mais sinceros e espontâneos, sejam em alto e bom som, sem a menor timidez ou pudor. Aliás, que todo o pudor seja esquecido quando, em questão, estiver o amor verdadeiro.
Que a gente caiba milimetricamente em um abraço, e que esse abraço nos sirva de esconderijo quando o que está lá fora parecer perigoso demais.
Que olhar pra trás jamais nos envergonhe.
Que o amor de cinema continue sendo, no fundo, o sonho de cada um.
Que declarações sejam feitas sem rodeios.
Que as verdades sejam ditas.
E que a vida esteja cada vez mais perto da poesia, até que vida e poesia sejam, por fim, inseparáveis.
Amém.


(Silvia Prata)

Um comentário:

  1. Olá, Sueli! Sou a autora desse texto, que foi publicado em meu blog (Bate-Coração) no ano passado. Só gostaria de agradecer pelo carinho de ter postado em seu blog com meus créditos. Fico muito feliz em ver atitudes como a sua. Espero que continue acompanhando meu blog! Abraços. :)

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