domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ao Som da Poesia

Habita em mim uma poeta diferente
uma artista delinqüente
porque a inspiração só consegue me invadir
quando alguma música começo a ouvir

É nesse momento então
que sento-me em meu piano de cauda
e vou tocando as minhas palavras

Sim, eu não as escrevo
eu simplesmente as toco
e em teclas macias
transformo meus sentimentos em poesia

Ora componho sobre o amor
ora sobre a saudade
ora sobre a tristeza
ora sobre a amizade
e cada acorde musical
faz de mim essa poeta original
que busca em tantas situações
as suas inspirações

Além de tudo isso
eu ainda necessito
da partitura
em forma de imagem, envolta no arco-íris
que se transforma na moldura
da poesia que estou a dedilhar
e que pra longe de mim
consegue me levar


Existe sonoridade no que eu escrevo
notas musicais
dó ré mi fá sol lá si
por isso aprisiono-me aqui
tentando compor
em nome do amor
ao som de valsas e boleros
e é só isso que eu quero
só disso que preciso

Do contrário minha poesia vai virar rabisco
vai esvaziar
e sem rumo, sem direção, se acabará
enquanto minhas composições
distantes das teclas da emoção
imperceptíveis ficarão.

Silvana Duboc

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