segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Relacionamentos virtuais mantidos por pessoas casadas. (Homens e Mulheres.)

Já recebi mensagens de pessoas me contando que descobriram que sua esposa (ou marido) mantém diálogos (e por que não dizer relações?) com um certo alguém, pela Internet. Perguntavam-me se isso deveria ser considerado traição ou não... Mas o fato é que elas se sentiam traídas e magoadas por isso.

Outras pessoas, ainda, já me escreveram contando sobre suas relações virtuais e o quanto se sentiam mais felizes e mais amadas na Net - pelo amor virtual - do que em casa, pela pessoa que - supostamente - é a que preencheria seus corações.


A que ponto chegamos!!! Que carência é esta que nos faz acreditar, apostar e investir tudo numa relação que se consolida através de um teclado e um monitor?!? Eu sei, você poderá argumentar: mas é o coração quem fala, em última análise. É verdade, você teria razão!!!


Mas a questão não é o coração e sim a disponibilidade para abrir este coração. Por que pela Net e não em sua casa, na sua cama, com a pessoa que vive com você? Por que virtualmente e não pessoalmente?

Por que nos defendemos tanto da realidade, do olho no olho, das conversas (difíceis, sim, mas absolutamente necessárias)? Por que preferimos a fantasia e a distância a ter de nos mostrar, falar de nossos medos e desejos para a pessoa que dorme ao nosso lado?




Creio que mais do que rotularmos como traidor aquele que mantém relações virtuais, ou traído por descobrir tal rota de fuga do parceiro, conseguiríamos respostas e resultados muito melhores se nos dispuséssemos a olhar para o que realmente está acontecendo em nossa relação real, no dia-a-dia, na comodidade da rotina, na desculpa da falta de tempo...


Passamos horas e horas, madrugadas inteiras diante do computador, mas algo terrível acontece que não conseguimos dispor de meia hora para acariciar o outro e tentar iniciar uma conversa amigável e agradável...

Definitivamente, uma verdade terei de admitir: é infinitamente mais fácil alimentar uma relação sem cheiro, sem toque, sem alteração de humor, sem a cobrança da presença, do olhar, da palavra embalada pelo tom, do que nos dispor a recomeçar, a fazer uma terapia, a rever nossos próprios atos e a perceber que também temos errado continuamente.


Mas fica a questão: as relações virtuais são realmente capazes de nos preencher ou são, sobretudo, a sentença de nossa covardia diante da relação que temos vivido, não gostado, mas que não fazemos nada para mudar?!?

Se você mantém uma relação virtual, sugiro que você ao menos desligue o computador por uma noite e olhe para a sua realidade. Sente-se na cama, segure a mão desta pessoa que dorme com você e atreva-se a dizer:

O que é que tem acontecido com o amor da gente?!?

Por onde ele anda?

Será que conseguimos trazê-lo de volta, considerando tudo o que já vivemos, já construímos e o tanto que desejamos ser felizes?!?


E se você descobriu que a pessoa amada mantém relações virtuais, sugiro que você apazigúe seu ego e deixe seu coração falar... Aproxime-se e arrisque uma declaração verdadeira e não uma pedrada.

Talvez uma confissão: tenho sentido tanto a sua falta, ultimamente. Gostaria de menos poder conversar, saber o que anda acontecendo na sua vida. Talvez, assim, possamos resgatar o amor que já foi tão grande e tão forte entre nós.

Cara!!! Vou te dizer! Eu sei que é muito difícil fazer isso!!! Mas você tem duas opções: ou toma uma atitude para tentar salvar a sua relação real... ou afoga-se na ilusão depressiva de que alguém que você nunca viu possa te amar mais do que esta pessoa que está ao seu lado...

Porque o fato é que ninguém existe sem ser tocado, sem ser visto, sem ser compartilhado... e isso é absolutamente impossível no mundo virtual. Relações virtuais podem ser uma ótima medida paliativa, mas jamais será o que o seu coração realmente deseja!



Rosana Braga

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