domingo, 27 de junho de 2010

Sinto-te, sim, sinto-te....

Sinto-te, sim, sinto-te....sinto-te em cada molécula, em cada corpúsculo desta brisa que me beija a pele à medida em que o sol baixa as guardas e se esconde no horizonte...abandonei-me ao vento assim que chegaste, abandonei os meus sonhos, as minhas virtudes, os meus defeitos, o meu ser, o meu todo...deixei-me ir...
Como uma tempestade de Verão levaste-me até à terra prometida, aquela que sonhamos quando somos crianças, quando ainda contamos as estrelas do céu, pensando que os nossos olhos chegam para as apanhar a todas...infinito é o céu, infinito é o esforço de o alcançar e infinito é o prazer de quem pensa um dia chegar a ele, mesmo que os seus pés e o seu ser mortal e pesado não tenha abandonado a terra, firme e vibrante, por mais de um segundo, um miserável segundo...
Agora que me vejo aqui, neste pedaço de chão de uma terra de além, desconhecida, desprotegida de tudo e de todos, só eu, só eu....não me arrependo! Destruiste tudo o que havia de mim e reconstruiste-me de raíz, como um projecto de criança que, alegre, brinca com as peças de um qualquer jogo de encantar...Já não sou quem fui, ou pelo menos quem julgava ser...sou inteiramente nova, mas tão deliciosamente mais eu....
Os ventos de Norte chegaram, vai com eles...Adeus...Adeus!

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