segunda-feira, 6 de junho de 2011

Nunca mais! E juro que nunca mais nesta vida quero tentar entender o amor.



Nunca mais!

Hoje estou desatando da memória as imagens de amor.

As minhas, as nossas imagens de amor, porque as coisas são como são:

no momento em que escrevo e no momento em que você lê, abrimos esses arquivos de imagens

geradas a partir do amor, que são – vamos admiti-lo antes que seja tarde, -

os nossos arquivos prediletos. Tudo o que realmente nos interessa está arquivado ali.

Na câmara escura das nossas recordações. Imagens que vamos recolhendo vida afora.

Elas têm nome e uma história para contar, cada uma delas. E nostalgia.

Nada mais é do que a saudade da emoção vivida, num determinado momento que passou veloz.

Emoções e emoções e ainda tanta emoção a ser vivida!

Muito além dos indivíduos, além das particularidades.

E todas essas químicas se processando no nosso corpo,

pois há quem diga que amor nada mais é do que uma sensação provocada,

para evitar a loucura da espécie e perpetuar o predador.

Uma ilusão passageira, uma descarga de substâncias certas no sistema.

Lubrificação. Cuidados com a máquina.

Seja lá o que for, andei tomando resoluções práticas para a existência.

Porque nunca mais nesta vida quero ter saudade de beijo.

Nunca mais a nostalgia daquele mundo de línguas dançando balé no céu das nossas bocas.

Nunca mais! E juro que nunca mais nesta vida quero tentar entender o amor.

Quero deixar que ele passe por mim, como um pé de vento que sopra folhas e poeira

num arranjo aprumado.

Eu fico ali, no meio do redemoinho, só achando

Miguel Falabella -

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