segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quando chegava a noite, ia pro seu quarto,se ajoelhava diante da cama e , fazia suas mais sinceras preces ...E ela pedia, queria só mais uma vez, poder ver o sorriso do homem que mais amou.


Prendia os cabelos já grisalhos em um coque, tinha os dentes amarelados por causa do cigarro e caminhava com um gato cor de ferrugem no colo. Toda manhã realizava um certo ritual: molhava as plantas que enfeitavam a sala, preparava o café, colocava comida para o gato e se sentava num balanço de madeira com um cigarro na boca. E esperava o dia passar. Quando chegava a noite, ia pro seu quarto, deixava as janelas abertas e cobria a cabeça com um véu, se ajoelhava diante da cama e mesmo sem acreditar em Deus, fazia suas mais sinceras preces. Tinha aprendido a suportar o peso esmagador do tempo e o vazio que as lembranças deixavam. E ela pedia, queria só mais uma vez, poder ver o sorriso do homem que mais amou.
Luís Emílio

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