quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Só levo se for leve.


Diminuo o peso da bolsa, o tamanho do prato, as horas brigando. Se o papo não agrada, corto no meio - "licença, preciso ir". Edito meu dia pra não sobrecarregar ninguém com a parte inútil, falo apenas o necessário. Contenho o impulso e seleciono as palavras, poupo minhas percepções para a única interessada: eu mesma. Guardo no bolso parte do meu orgulho e aceito que não acerto sempre. Diminuo a quantidade de passos e me dou o direito de parar se achar que vale uma pausa. Me permito escolher só o que terá utilidade e a carregar só o que vai me servir. Essa opinião não me serve, essa mágoa não adianta, essa dor já sarou - "obrigada pela companhia, mas já pode sair de mim".
Se tudo é bagagem pra vida, depois de carregar muitos "por que não?", me dou o direito de escolher a minha: só levo se for leve.
Fernanda Gaona

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