Tu és a brasa que ainda arde sob as cinzas...
Tu és a ferida que ainda sangra sob a casca.
Tu és a fragrância que restou de murcha flor...
Tu és longínquo eco de não extinta dor.
Tu és o livro que não terminei de ler.
Tu és réstia de luz numa triste noite de amor sem ser...
Tu és o topo onde não finquei minha bandeira do crer...
Tu és o vulto que jamais pude compreender.
Tu és a porta que não abriu ao meu chamado...
Tu és a fonte que secou tantas vezes ante o esperado.
Tu és rascunho dolorido continuamente inacabado...
Tu és canção que, melodiando, balbucio em compasso findado.
Tu és vida latente e teu nome é : expectativa...
Tu és caminho bifurcado ao longo do trajeto da vida.
Tu és o mais estranho de todos os afetos...
Tu és — sem ser — bússola, farol, rumo... não diretos.

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