segunda-feira, 7 de junho de 2010

TU ÉS!

Tu és a brasa que ainda arde sob as cinzas...

Tu és a ferida que ainda sangra sob a casca.



Tu és a fragrância que restou de murcha flor...

Tu és longínquo eco de não extinta dor.



Tu és o livro que não terminei de ler.

Tu és réstia de luz numa triste noite de amor sem ser...



Tu és o topo onde não finquei minha bandeira do crer...

Tu és o vulto que jamais pude compreender.



Tu és a porta que não abriu ao meu chamado...

Tu és a fonte que secou tantas vezes ante o esperado.



Tu és rascunho dolorido continuamente inacabado...

Tu és canção que, melodiando, balbucio em compasso findado.



Tu és vida latente e teu nome é : expectativa...

Tu és caminho bifurcado ao longo do trajeto da vida.



Tu és o mais estranho de todos os afetos...

Tu és — sem ser — bússola, farol, rumo... não diretos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário