terça-feira, 10 de abril de 2012

Eu tenho medo do medo de não saber amar.


Tenho medo pelo homem que fala o que sente, tenho medo por ele e tenho medo por nós. Tenho medo pelo amigo que sabe como, mas não se defende e pelo que se defende sem saber por quê. Tenho medo da poesia rimada, aquela bonita e lírica isenta de sentimento. Tenho medo dos pobres que só têm riquezas na vida, tenho medo dos ricos que ainda vivem na miséria. Tenho medo dos segredos das pessoas e mais ainda das pessoas sem segredos. Não existe, nunca foi ou ninguém falou. Daqueles que não têm medo da velhice, da morte, do sofrimento… Aqueles que sentam sozinhos no banco da praça, aqueles que se embriagam para fazer amigos, aqueles que amam para chorar escondidos, aqueles que sofrem para escrever melhor. Tenho medo, temos medo. Até mesmo do nascer do sol, do vento exibindo-se para o mar, das pessoas ao redor. Eu tenho medo do medo de não saber amar.
— Cinzentos.

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