segunda-feira, 30 de abril de 2012

‘olha esse alvo sem defesa, menina, defenda esse alvo!’

 
Abro uma antiga mala de velharias e lá encontro minha máscara de esgrima. Emocionante o momento em que púnhamos a máscara – tela tão fina – e nos enfrentávamos mascarados, sem feições. A túnica branca com o coração em relevo no lado esquerdo do peito,

‘olha esse alvo sem defesa, menina, defenda esse alvo!’ – advertia o professor

e eu me confundia e o florete do adversário tocava reto no meu coração exposto.

(Lygia Fagundes Telles)

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