quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Meu nome? Pouco importa... Sou, só sou... porque jamais irei eu falar do que sou, ou fui…"


"Meu nome? Pouco importa, sou só um fiapo de um novelo de lã, um fragmento de uma poesia perdida entre as folhas d’um caderno, sou a pena de um pássaro que ao decolar de um voou caiu e a peça do quebra cabeça perdida debaixo no guarda roupa. Sou apenas um pedaço de folha de outono que outrora fazia parte de um belo arvoredo que batia o sol. E com esses mesmos estilhaços sou a saudade. A saudade de um dia ter ralado os joelhos e as lágrimas que um dia foram enxugadas pelas mãos machucadas, sou a criança que emendou ponta a ponta um sorriso ao ganhar um brinquedo e se desfez em lágrimas ao vê-lo quebrado. Sou, só sou. Sou o que não devo e o que nunca hei de ser, sou estilhaços e pincéis sujos de tintas, sou a poesia incompleta que no fim não terá ponto final, porque ainda hei de viver o certo que do errado faz falta. E no final de tudo, eu hei de dizer, que só se restara reticências, porque jamais irei eu falar do que sou, ou fui…"
— Pedro Igor F.

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