domingo, 27 de dezembro de 2009

Lembranças...





Meus lábios ainda sentem o gosto dos teus beijos...

meu corpo teima em guardar o perfume das tuas entregas,

quando juntavas estrelas aos meus pés, inebriado pelas carícias que minhas mãos descobriam

na geografia da tua pele.

Entre murmúrios e silêncios, teus desejos paravam o relógio,

para prolongar infinitamente a permanência dos meus olhos deitados,

sob teus prazeres escondidos.
Adivinhava-te, e a cada toque, tua pele rendia-se em confissões de arrepios e tremores...

carinhos te vestiam do meu cheiro, enquanto uma nesga da lua, beijava nosso amor.

Desenhava atrevidamente o contorno dos teus traços com a ponta dos meus dedos,

enquanto teus olhares perdiam-se em declarações inconfessáveis.

Como um náufrago, te socorrias das minhas emoções, mostrando-me os caminhos das tuas vontades.


Teu olhar de cumplicidade soletrava a fome que sentias dos meus beijos...

minha boca andarilha, entreabria-se num ritual de oferenda,

mergulhando no poço aveludado das tuas sedes.

Nossos corpos amanheciam contando ao sol os segredos e

poemas que esculpíamos sob o olhar cúmplice da lua...

palavras e sons que se derramavam dos lençóis coadjuvantes dos nossos encontros.
Quando te despedias, teus abraços ecoavam por horas à fio entre meus braços.

Meus olhos, presos aos teus, seguiam-te até que a noite te trazia em promessa de eternidade...

eternidade que durava , apenas até um novo amanhecer!

Que importava?

Meu coração, banhava-te nas águas verdes do meu mar

e eu me vestia do luar que tanto te encantava, para entoar novas notas musicais no teu corpo.
Agora, entre nuvens negras preguiçosas, meu coração te busca em saudade...

meus pensamentos renitentes não se cansam de estar em ti.

Foste sem que teu coração me dissesse adeus, porque só tuas mãos acenaram,

como se eu não percebesse nelas também sofrimento!

Teus olhos mudos, endereçavam-me uma súplica em tornado.
Enquanto partias, tentei unir duas estrelas no céu com um laço de fita,

pois era na companhia delas que teus lábios me encontravam!

A lua adormeceu minhas esperas, enquanto acordava o sol...

ao raiar de um novo dia, percebi que o laço já não ligava estrela alguma!

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