terça-feira, 17 de agosto de 2010
Carne de pescoço
Gosto dos malucos, doidos, desgraçados
exagerados, tristes, apaixonados
que praticam um suicídio tão diário
por sentirem tanta sede e gana de viver
Gosto dos que crêem na própria insanidade
por saberem-se humanos, limitados, miseráveis
e com isto exercitam a humildade
conscientes de estarem aprisionados
nesta pobre casca humana até morrer
Não gosto de ares de superioridade
(os parâmetros são tênues e precários!)
não concedo a ninguém autoridade
- Oh, esses deuses e deusas sectários -
pontificando sobre a vida e o que fazer
Pois na minha prisão de carne e osso
sou única, sou livre, sou colosso
sou meu anjo e meu algoz, fora-da-lei
sou coisa feita e carne de pescoço.
(eliane stoducto)
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