segunda-feira, 7 de março de 2011

...E pingava ... pingava ... pingava...




Pingos de Gente

...e de repente começou a chover.

Não pingava água, mas... gente!?

...e pingava ... pingava ... pingava...

Não podia chover gente!!! Chover gente!?!?!? Essa era uma idéia absurda. E eu sabia disso!...

Eu via o que estava acontecendo, e era real. As pessoas caíam do céu como gotas de chuva, mas não se feriam, e eu e os outros cada vez mais aflitos, não conseguíamos nem queríamos crer naquilo. Eram pessoas grandes, jovens, agradáveis, magras, simpáticas, adultas... Algumas eu conhecia, e continuava não sendo capaz de compreender o que via... Quando perguntávamos para algumas delas de onde vinham, respondiam que vinham para colorir o mundo, alegrá-lo.

De repente vinham pessoas vestidas com jornais (e eram só notícias boas, não havia sequer uma notícia má!). Outras vestiam dourado, prateado, algumas vinham com roupas de noite, mas eram confeccionados com plástico ... transparente! Já depois de haver parado de "chover", veio uma última, diferente, com uma roupa multicolorida.

E toda aquela gente esquisita causou uma muito grande confusão...

E espalhou-se pelas ruas...

E entrou nas casas...

Depois de algum tempo, começaram a reunir-se até formarem um grupo bem compacto, quando então alguns deles começaram a subir como que por encanto, voltando para o lugar de onde vieram. Os habitantes estavam alarmados, mas ninguém ousava arriscar palpites. Do mesmo modo que chegaram, partiram, e diziam uma vez e outra que haviam vindo para colorir e alegrar o mundo.

Quando todas as outras já tinham partido, a de vestes coloridas dizia-nos uma vez e outra que as pessoas só seriam felizes quando conseguissem libertar-se das convenções sociais para basear-se nos seus próprios princípios, respeitar e viver em paz uns com os outros, fazendo o que gostam. Finalmente assustou-nos a todos quando convidou quem quisesse para ir com ele.

Como via que nenhum dos presentes parecia desejar partir, deixou o recado:

"Volto. Estudem o caso!"

E sumiu no céu...

Tudo parecia ter voltado ao normal, mas o recado que trouxeram deixou as pessoas todas a pensar e a olhar umas para as outras.

Iza Rocha -

Nenhum comentário:

Postar um comentário