domingo, 26 de dezembro de 2010

Teu desejo que é meu



No mundo íntimo das tuas palavras
O silêncio do meu nome
Adormecido em teus lábios
Ao longe, a tua madrugada dissipa-se
Num murmúrio fatigado pela minha ausência
Escreves-me em letras de desejo
E acaricias-me em teus versos
Como ninguém ousou silabar-me

Despes-me em teus sorrisos
Acolhendo-me na memória das tuas mãos
Descobres-me na chama do amor possível
E nesse reencontro comungam os sonhos
Que já foram nossos em pretéritas existências
Abrigo-me no arfar do teu peito
Tendo os teus sussurros como refúgio
Descerro-te a porta da saudade
Concedendo-te a serenidade do regresso

Abrem-se as pálpebras do alvorecer
Enquanto meu corpo canta-te em melodia
Notas que apenas pertencem
A partitura dos teus ais e suspiros
Entrego-te o olhar, o delírio, o êxtase
A vertigem onde te acolho
Rendida ao azul visível do universo
Aonde o eterno é apenas o próximo instante
Em que este teu amor confessa-me...
Fernanda Guimarães

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