quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Viver é escolher....Permitir que nossos pés reescrevam outras pegadas e descubram novas trilhas...



A cada alvorecer, a vida tece novos caminhos que se abrem ao nosso olhar, permitindo-nos escolhas...
O nosso olhar é que dá o tom a estas paisagens, que se oferecem como possibilidades de vidas a serem trilhadas.
É a esperança, essência vital, que nos faz dar o primeiro passo e também continuar a caminhar, ainda que nem sempre saibamos o que fazer com os sonhos e desejos que nos pedem por consecução.
Apesar das nossas incertezas, deparamo-nos diariamente com estradas que se entreolham inquirindo-nos decisões....existem alguns caminhos que desafiam a quietude dos nossos passos, pelo risco do desconhecido; outros caminhos, por onde confortavelmente já deixamos nossas marcas e nossos pés deslizam sem mistérios; alguns caminhos que apenas visualizamos e, pela extensão a ser cumprida, interditamos num primeiro olhar...
Somos invadidos por perguntas que embotam a nossa lógica e mexem com nossas certezas! Continuar, desistir, romper, recomeçar? Verbos que adquirem vida e pulsam latejando em nossa alma.
Em momentos assim, tanto a razão como o coração, percebem-se em fogo cruzado, tentando decifrar a linguagem, vezes metafórica, que a vida escolhe para nos falar. Há uma parte de nós que quer assumir riscos e oportunidades para pintarem outros cenários em novas aquarelas, sentindo a brisa no topo de outra montanha...mas também há uma outra parte de nós que prefere navegar em águas calmas, que já não surpreendem, mas que trazem em sua trajetória, histórias de muitos passos...
Ser feliz deveria justificar e nortear as nossas escolhas...isto já suavizaria qualquer caminhar! Entretanto, tomamos como certezas, alguns falsos conceitos e, eles passam a orientar a nossa vida. Estigmas que vamos carregando para o deserto da nossa solidão... daí o nosso descompasso e desencontro com a felicidade, já que o nosso coração, enquanto descobre o mundo, desconhece decretos, ditames, convenções ou explicações cartesianas.
Cuidarmo-nos e ouvirmo-nos é atitude de amor, mesmo que isso signifique alterar rotas, estabelecer novas parcerias ou reler a nossa visão de mundo. Interpretar a linguagem dos nossos desejos também é passaporte para o exercício e aprendizagem do amor ao outro. No entanto, doutrinamo-nos a reconhecer e muitas vezes a nos responsabilizarmos pelos sonhos do outro, esquecendo a amorosidade com a qual nosso coração espera ser visto e tratado.
Permitir que nossos pés reescrevam outras pegadas e descubram novas trilhas? Andar por estradas, onde já temos nosso lastro incrustado em cada grão de areia? Escolhas...

Fernanda Guimarães

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