segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Tenho urgência!



Olho no espelho, e sentir-me não está fácil.

Dentro de mim, anjos e demônios se digladiam para ver quem ganha.

É o tempo.

O tempo da espera.

O tempo da demora para eu desmoronar diante dos obstáculos do cotidiano - distâncias e saudades na contramão da indiferença do silêncio, das mentiras e omissões, que como setas, me acertam.

Fantasias frustradas e sonhos congelados roubam a cena no meu palco de luzes apagadas.

Olho nos meus olhos sem óculos, numa recusa proposital em enxergar a minha auto-tortura, ou minha loucura. Quem sabe!

Porque a negação abriga sempre uma forma de loucura. Branda talvez! Mas loucura.

Tenho urgência!

Preciso preservar minha integridade e meus sentimentos têm um encontro com a verdade.

E a verdade é que liguei a chave de ignição, não verifiquei o freio e me joguei nessa viagem quando fui convidada, curtindo com sofreguidão a paisagem.

Céu, lua, estrela, estrada, sonhos, projetos, mimo e carinho- um pacote impossível de se rejeitar.



Nem ao menos tive o trabalho de verificar se tudo isso era original.

Paixão a primeira vista.

Depois amor a perder de vista.

No perder de vista, chegaram as prestações: abandono, solidão, amor pirateado.




(desconheço autor)

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